Olá, Primavera!

Como lidar com as variações psicológicas e emocionais sentidas na mudança de estação?

Para muitas pessoas, a mudança entre estações do ano provoca determinadas alterações a nível fisiológico, psicológico e/ou emocional, que surgem, habitualmente, associadas a variações comportamentais que podem apresentar distintos níveis de gravidade.

De facto, para pessoas mais sensíveis à mudança de estação e respetivas alterações no clima, podem surgir diferentes variações ao nível do humor, no apetite, no sono e/ou nos níveis de ansiedade e de energia/cansaço, sendo comum surgirem aumentos ou diminuições significativos em relação aos níveis considerados habituais para uma determinada pessoa.

Estas variações são originadas, em parte, pela diminuição ou aumento do número de horas de luz solar diário, com a respetiva diminuição ou aumento do nosso número de horas de exposição solar, o que, por sua vez, gera alterações no nosso ritmo circadiano (relógio biológico), na nossa rotina e horários habituais (inverno/verão), podendo condicionar também, a nossa produção de neurotransmissores (p. ex. serotonina, dopamina, melatonina), que influenciam significativamente o nosso humor, os nossos níveis de ansiedade, a qualidade do nosso sono, os nossos níveis de apetite, a nossa libido, entre muitos outros parâmetros.

Por outro lado, apesar de ser mais comum encontrar estas variações no outono ou no inverno, associadas, nessas estações do ano, a um encurtamento dos dias e uma menor exposição solar, também é possível verificarem-se, em algumas pessoas, alterações na primavera, ligadas em parte, a uma necessidade de adaptação do seu organismo a um novo horário (verão) e a uma nova rotina (p.ex. de sono, de alimentação, de trabalho).

Estas variações fisiológicas, psicológicas, emocionais e comportamentais podem influenciar consideravelmente o nosso nível de funcionalidade diário, bem como o nosso nível de satisfação e de bem-estar.

Neste sentido, poderá ser importante estar atento/a a alterações significativas que possam ocorrer ao nível do seu funcionamento habitual, nesta mudança de estação, e que possam estar a condicionar notavelmente o seu bem-estar como, por exemplo, um cansaço extremo e uma falta de energia, uma tristeza e/ou apatia profundas, uma falta de interesse por atividades que anteriormente lhe davam prazer, um aumento dos níveis de ansiedade e/ou de agressividade ou um aumento/diminuição significativos do seu apetite e/ou qualidade de sono, entre outros.

Adicionalmente, existem também algumas atividades de autocuidado que podem contribuir para minimizar os efeitos destas alterações e aumentar o seu bem-estar, e que pode implementar numa base diária, por exemplo:

  • Manter bons hábitos de alimentação, de sono e de atividade física;
  • Passar algum tempo diariamente em contacto com a natureza ou períodos mais prolongados semanalmente;
  • Aproveitar os períodos de bom tempo e de luz solar para estar no exterior e aumentar a sua exposição solar diária (com as respetivas recomendações de prevenção a este respeito);
  • Passar tempo com as pessoas e os animais que são importantes para si;
  • Realizar atividades relaxantes e que o/a façam sentir-se bem como, por exemplo, ler um livro, ouvir música e/ou meditar.
  • Evitar ou reduzir o consumo de álcool e/ou de outras substâncias psicoativas, uma vez que estes comportamentos podem agravar o seu estado emocional e sentimentos negativos.

Contudo, lembre-se que, para ser saudável e alcançar um estado de equilíbrio físico e de bem-estar geral, é necessário cuidar também da sua saúde psicológica.

Nesta perspetiva, importa realçar que se sentir que não está a conseguir ultrapassar estas variações sozinho/a e que poderá ser demasiado para si, lembre-se que pode sempre procurar a ajuda profissional de um/a Psicólogo/a.

O/A Psicólogo/a procurará ajudá-lo/a a diminuir o seu mal-estar físico e psicológico, assim como procurará ajudá-lo/a a conhecer-se melhor, ao nível do seu funcionamento interno e das suas vulnerabilidades, trabalhando consigo para que desenvolva estratégias e competências que lhe permitirão enfrentar adequadamente e autonomamente os seus desafios e dificuldades, atuais e futuros, e aumentar o seu bem-estar e a sua saúde no geral.

Não se esqueça que, ao cuidar de si e da sua saúde psicológica, está também a fortalecer a sua capacidade de cuidar daqueles que são importantes para si e que preenchem a sua vida.

Fotografias por ordem de visualização: Pixabay, Maria Orlova, Anna Shvets e SHVETS production.

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